sábado, 28 de fevereiro de 2009

QUAL É TEU SEGREDO, por Márcio.

Você me enlouquece! Qual é teu segredo? Me deixa inseguro. Me faz sentir medo. Me deixa a vontade,me faz levitar. Me faz dividir,me faz implorar. Qual é teu segredo? Qual é o seu anjo? Rafael, Gabriel? Eu? Sei lá!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Sentido, por Sandro Monteiro.

Não quero sentir, não tenho sons que me façam sonhar. A superfície das minha lágrimas, são mudas aos meus sentimentos, e o seu rasto, a minha profunda surdez. Não quero acordar, dos sonhos que partilhas comigo. No entanto correm-me lágrimas pelo rosto, quando ouço por ti. As asas que te ofereço, deixam-me na nudez, mas só te peço que me segures a mão. Solto um grito de dor, porque sinto! Arde-me em pensamentos, em sons sem sentido, quando tudo, o nada, senti, não se conseguem acordar numa palavra.... Amar!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Jura Secreta 73, por Artur Gomes.

uma mulher de peixes nada em meu aquário nada e quando nada tudo nela cheira apesar de no nome trazer Andrade ao sobrenome tem uma Lispector dentro dela beijo-te nua na janela apesar de toda roupa Beatriz vê e não se espanta canta que o ciúme é com outro e não comigo beijo-te dos pés até bem próximo do umbigo dentro do parque de diversões em noite qualquer desse domingo

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

por Artur Gumes.

olhei a cara do tempo ela estava fechada não falava nada pensei as sagaranagens que o tempo fazia comigo peguei do tempo o umbigo rasguei na ponta da faca a tua cara de vaca sangrei sem nenhum remorso porque isso o tempo não tem agora o tempo sorri me mostra os dentes da boca e a tua cara de louca é a minha cara também

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Quem é Ela, por Heloisa Galvez.

E alguém perguntou: -Quem é ela? E ninguém soube responder Porque ela é indefinível É um desenho de menino Ânfora perdida da Atlântida Cheiro de aurora boreal Sereia abissal E alguém insistiu: -Quem é ela? E ninguém ousou definir Porque ela é um ser entre-mundos O coração de um arco-íris Luz de boitatá Espinho da flor de lótus Consciência dos fótons E alguém mentiu: -Eu sei quem é ela! E todos quiseram saber Porque ela é inexistente Vive no sol poente Caminha na minha mente Miragem de um louco De tudo que não há, um pouco

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

por Marcio.

Sou a tempestade,o sol e as estrelas! Sou o que sonhar. Sou a brisa do mar,as estrelas e a lua quando anoitece . Sou uma prece que não se faz ,sou a porta,a janela e ainda sim me sinto vivo. Eu escrevo sonhos enquanto dorme, a vida louca não me consome. O que me consome é a solidão. Não a solidão de pessoas pois issso não me falta! É a solidão de almas,de idéias e sentidos.... Por isso, sou o que sonhar! Eu escrevo sonhos enquanto dorme..................

RESUMO, por Marcio.

Sempre procurando respostas,pras perguntas que não faço. Um laço me prende ao nada. E você me reduz a bagaço. Seria legal te dizer o que penso? Ou seria prudente esconder o que sinto? Cabelos que me envolvem. Labirintos que me prendem. Muitas mãos habilidosas,mais ninguém me compreende!

por, Artur Lipori .

Esses dias eu estava passando em frente a uma loja de lamparinas e vi um garoto que esperava a mãe escolher um bonito lustre. Ele parecia incomodado; os olhos negros estavam apagados, aparência opaca. Mas eu percebia que dos olhos ainda havia brilho, e da face, transparência. Nesse momento sorri. Simplesmente sorri. E foi quando vi brotar o mais luminoso e cristalino olhar. Pensei em seguir meu caminho, mas olhei para trás e disse: _ Prazer, Artur.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Meu Vizinho é um Zumbi, por Heloisa Galvez

Ele desconfiava, e dizia toda hora pra mãe: -Mãe, tenho certeza que o Denis é um zumbi! A mãe, jornalista e muito cética preocupava-se com a cabeça fértil de seu filho, pesquisou algo sobre a cultura vodu e foi além, conversou com cientistas religiosos, teólogos e outros “quitutes” com etiqueta, desses que jornalistas empíricos adoram. -Mãe tenho certeza absoluta que o Denis é um zumbi. -Zumbis não existem filho, a mamãe é jornalista e você deveria prestar mais atenção ao que eu digo. -Não adianta mãe, tenho certeza...-é um zumbi. O filho de 14 anos era o oposto da mãe, nascido na era do vídeo game e jogos de computador, projetava no mundo ao seu redor o que lhe incutia na mente tanta diversidade ficcional. O bom e o mau eram a mesma coisa pra ele, o mocinho nem sempre precisava ganhar no final, e a vida era uma atração viva de heróis , monstros, delicias e horrores. Ele não necessitava de uma tela de cinema, tudo em sua vida era um “faz de conta” real. -Vou descobrir porquê o Denis é um zumbi. Disse ele. A mãe desesperou-se por uns minutos, depois decidiu ver esse Denis mais de perto. -Me mostra o Denis querido. -Mãe! –você conhece o Denis!-é aquele menino com cara de morto-vivo que mora no 52. A mãe lembrou de ter topado com um menino estranho com uma cara esverdeada e esquisita umas duas vezes no elevador. Pensou ser alguma doença, e nunca questionou. -Ai filho!- já li sobre vodu e zumbis e sei tudo sobre eles; zumbis na verdade são... Antes que a mãe desse sua explicação cartesiana, o menino já estava no elevador. Deu nos ombros. Seu cérebro racional não alcançava que seu filho não queria sair da história, não queria deixar de acreditar, e por essa imposição do inconsciente, nenhuma explicação por mais inteligível que fosse iria lhe caber. Será tão difícil entender isso? Para ela era. O menino concebeu em sua mente que se Denis era um zumbi, sua mãe deveria ser uma “Mambo”, ou seja uma sacerdotisa vodu, e criou todo enredo dessa história, e ele pensava assim: “Denis morreu há muito tempo, doença acidente, não importa. A mãe ficou inconformada e quis ter o filho de volta, a única maneira era trazê-lo como Zumbi, então se engajou em alguma seita Vodu, tirou o menino da tumba, e preferiu tê-lo abobado,mas ao seu lado, do que não tê-lo mais. Os anos passaram e ela cada vez mais enxertada na seita, agora já era Mambo, como Mambo tem poderes imensos, quero ter esses poderes também, e para agradar a mãe mambo, nada melhor do que começar, agradando o filho querido e abobado” É uma explicação de um menino que acredita que o amor de uma mãe por um filho pode ser maior que a natureza das coisas. Túmulos, fotos e armários com roupas choradas do filho morto. Tocou a campanhia da casa do Denis. “Mãe Mambo” atendeu: -Oi filho, quer ver o Denis? -Sim, ele está? Ele sabia que se a mãe estava ele também estaria, era um bom psicólogo. -Ta no quarto brincando, vai lá. Foi, encontrou Denis desenhando. Tentou uma aproximação tácita. -Posso brincar?- Posso fazer uma casinha? -Casinha?- isso é brincadeira de mulher, faz uma nave espacial! O menino estranhou. “Denis deve ter visto algum filme de extraterrestres ontem” -Denis, porquê uma nave? -Pra lembrar do meu planeta. Ele entrou na brincadeira. -Você não é da terra? –putz!-você é um E.T? -E você não sabe?- Minha mãe me encontrou numa cápsula, ali, perto do cemitério, eu tinha uns dois anos. Pronto. A história estava cerzida; Denis morreu com dois anos e a mãe o desenterrou. Para dar uma explicação menos arrepiante para o menino, fez o contrário, deu-lhe o cargo de ser de outro mundo, o que também se adequava a sua cor esverdeada. “Esperta essa mãe Mambo” -Puxa cara!- de que planeta hein? -Não sei o nome, mas sonho com eles todas as noites, sei que vêem me buscar quando eu completar 15 anos. -Por isso desenha naves? -Desenho as naves depois que sonho com elas. Tirou de uma gaveta uma pasta gorda cheia de desenhos. Os desenhos eram realmente bons. -Puxa cara!-você desenha bem pra caramba!-não joga vídeo game? -Não, é muito fácil pra mim... -Duvido você ganhar de mim no Space War III ! -Se eu ganhar, o que você me dá? “Zumbizinho interesseiro” -O que você quiser! Ele sabia que ninguém ganhava dele nesse jogo. -Se eu ganhar, você vai comigo pro meu planeta.-eles querem um menino humano, não sei porque, acho que essa é minha missão aqui. O menino nem ligou pr aquela história intergaláctica. -E se eu ganhar? -Isso é impossível. -Digamos que eu ganhe?-você me conta todos seus segredos? -Já contei. -Outros mais? -Tudo que você quiser saber. Começaram o jogo, logo o menino percebeu que Denis não jogava tão mal, depois viu que jogava bem, constatou no final que ele era bom demais. Denis ganhou. O menino ficou aturdido. “Um Semi-morto ganhou de mim!” -Meu, cara!-Nunca ninguém ganhou antes de mim! -Isso não é nada, vai aprender coisas que nunca pensou no meu planeta. O menino desesperou-se, entendeu tudo num segundo, Denis e a mãe iriam forjar tudo, o levariam a um cemitério e fingiriam que a nave pousaria ali, o matariam em algum ritual vodu e o enterrariam. Depois de dois dias o tirariam da tumba e fariam com que virasse zumbi. Era isso! -Bom Denis, valeu, você é o cara!-agora tenho que subir pra fazer lição de casa. -Pra quê?- nem vai à escola amanha! -Porque não? -Amanhã faço 15 anos, vamos embora. a nave pousará a meia-noite atrás do cemitério, ninguém sabe, segredo. “Tô frito” -E sua mãe?-vai junto? -Só vai pra se despedir. O teatro consolidou-se. O menino correu, subiu pelas escadas do prédio com um único pensamento, precisava fugir dali, ou viraria um zumbi. -Mãe! Não encontrou a mãe, só um bilhete sobre a mesa “amor tive que viajar às pressas pra fazer uma matéria, volto na quinta, Rosalina ficará com você”....Beijos: mamãe. “Na quinta já serei um zumbi! Que faço meu deus?” Tentou pensar, nada lhe vinha a mente, ficaria verde pra sempre. Resolveu escrever uma carta pra mãe, dizia que se voltasse verde e abobado é porque Denis e sua mãe lhe jogaram um feitiço, explicou toda história. Pediu perdão pelas grosserias e disse que tentaria ser um bom filho zumbi. Não dormiu a noite toda, pensou que afinal não era tão ruim ser zumbi.Denis ganhara Space War com uma facilidade que nunca viu igual. Zumbis podem ser inteligentes, formariam uma nova raça esverdeada e dominariam o mundo. Dormiu. Acordou com alguém o chacoalhando. -Você dormiu demais!- hora de ir! -Como que horas são? -Onze da noite, eles devem estar chegando. O menino acordou zonzo, veio um medo imenso, a tumba, a poção, ser enterrado vivo. -Denis, eu preciso mesmo ir? -Sim, quer ficar neste planeta de tontos? Pensou que este era um bom argumento. Foram. Chegaram perto do cemitério quase meia noite, o menino estranhou que não entraram, deram a volta por trás e pararam num imenso terreno baldio. “Mãe Mambo” chorava agarrada ao filho: -Meu amor, mande notícias se puder... Denis abraçava a mãe e incrivelmente também chorava: -Eu volto mãe, um dia volto pra te buscar... Nesse instante uma nave materializou-se diante deles. Não era grande como o menino estava acostumado a ver no cinema, ao contrário, pareceu-lhe muito pequena. De dentro saiu um ser com aparência normal, parecia humano, a única diferença era a pele levemente esverdeada. -Olá Denis. -Oi Dr. “Z”. -Esse é seu amigo? -Sim, é ele que irá conosco. O “homem” abaixou-se: -Denis, infelizmente, não posso levar você agora, ainda tem uma missão muito importante nesse planeta. Denis frustrou-se -Sim meu pequeno, monitoramos lá de cima uma estranha seita chamada “Makaya”,uma dissidência maléfica de religiões haitianas, usam magia negra, e vimos que estão se alastrando pelo mundo. -Como assim? O menino interessou-se. -Simples, esses falsos mestres, dão às suas vítimas uma bebida; um condutor que leva a um sono tão profundo que todos pensam que está morta. Ela contem veneno de rã, de baiacu entre outras coisas, está tudo anotado aqui. Estendeu uma espécie de chip para Denis e continuou: -Todos pensam que a pessoa morreu, e a enterram. -depois de alguns dias os feiticeiros bokors a retiram da tumba, dão uma espécie de antídoto e a criatura recobra os sentidos, porém fica abobada e escravizada, um morto vivo entendem? O menino gritou eufórico! -Sim, viram zumbis! O estranho olhou para ele admirado: -Vejo que seu amiguinho é a pessoa certa para ajudar você Denis!-escolheu bem! Denis orgulhou-se. Bem, está nas mãos de vocês acabar com este culto terrível que quer dominar o mundo! –todas as informações estão no chip.-agora tenho que ir. -Ah, antes. E virou-se para o menino -vou dar a você outro chip e esse pequeno neuro-transmissor, quando quiser se comunicar conosco para passar informações é só coloca-lo no pulso.-vi que você será muito útil. -Uau! A nave partiu. Deixou ali uma mãe aliviada, um ET decepcionado e o elemento que faltava; um menino louco pra pegar esses zumbis. Dentro da nave o companheiro do “homem” falou: -Como sabia que esse menino era o fio condutor? -Mãe jornalista e cética. -Claro! E bateu nas costas do outro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

amarga, por má palas.

Queria poder escrever um texto que hoje fosse além dos limites. Que todos falasse como ele é perfeito ou lindo, ou, contudo se emocionassem com ele. Sinto-me amarga, fria e dura. Alguém aí me disse que estou presa por argolas, que preciso me soltar mais e simplesmente viver. Mas estou vivendo, ao meu modo, mas estou vivendo; vivendo a realidade de um amor dolorido – não que eu queria, pois paixão ainda não acabou... Falta resolver minha vida, a nossa vida, coloca nossos corações em conexão. Tenho a límpida necessidade objetiva de colocar em prática certos detalhezinho internos de comigo para comigo mesma e, para assim, modificar uma estrutura social que há muito tempo está para ser mudada. Não posso desistir agora, já sofri, chorei, cresci e já suportei mais coisas cabíveis e pensáveis de um possível Ser. Gosto deste meu jeito assim: surpreender para ser surpreendida. Por isto, aqui te abandono em outras mãos, para outros corpos. Que nestes lindos dias que passamos juntos sejamos além breves de conhecidos, grandes amigos ou quem sabe irmãos eternos de alma e coração. E já agradeço ao Universo, o encontro boêmio com um cinema colorido e encantando do qual a cura de minhas feriadas foi definitivamente exposta em evidência e envolvida por o pano afectuoso do carinho, da amizade e compreensão. Que assim seja!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O dia seguinte, por bele guedes.

O sertão da minha boca, calor sem sol. A estrela brilha, e já não sou eu. A vontade supera os limites em tempo de um quase sempre. E a branca de neve comia a maçã, enquanto os neuróticos viviam neuroticamente....

por josé garcia.

Voy andando por la calle. Ante mí, una explosión de vida urbana. Gran Vía arriba, sorteando las obras y los andamios, me cruzo con la más variopinta fauna: japoneses fashion, inmigrantes vestidos de tiendas de barrio, adolescentes con ropas atrevidas que no sientan bien a sus cuerpos en formación, parejas de jóvenes homosexuales, bellos y bien vestidos, un mendigo, otro más, chicas treintañeras, espléndidas físicamente, pero con esa sombra en la mirada de quien ya ha sido castigado por el amor, dos travestíes, escandalosos y guapos. Callao, allí está el mimo de siempre, qué calor debe pasar, y en la plaza se arremolinan los curiosos, los turistas y los simples transeúntes, en una algarabía inconfundiblemente latina. Cruzo por delante de los autobuses hacia Preciados. El río de gente hacia Sol discurre mansamente. Oigo, entrecortadas, conversaciones de aquí y de allá, fragmentos de historias, e intento adivinar quienes son esas personas, y qué les pasa. Hay un músico callejero que no consigo ver, que intenta tocar, con más pena que gloria, Sultans of Swing. Inspiro profundamente, para llenarme del aire que me rodea, feliz, exultante, fascinado por poder estar allí, en ese preciso instante, rabiosamente vivo.