sexta-feira, 19 de março de 2010

ALIANÇA

Hoje me preparei todo. Pra encenar só pra ti. A peça mais linda de amor, que um dia eu vi e ouvi. Joguei o tapete vermelho da minha casa até a sua. Nua estava a lua. O céu estrelado e no meu peito saudade sua. Poesia infundada. Alma lavada. Sorriso de pasta de dente. Subi no palco da sua varanda. Terno negro pra contrastar com o tapete. Cabelo metido no gel. E cheiro de Portinari. Me ajoelhei ao seus pés tirei seu anel com a cobra de duas cabeças. E te prometi vida eterna dentro do meu coração.

LAMENTO

Quem sabe se não fosse a bebida Se não fosse os problemas e a rotina. Eu teria Carolina em minha cama. Quem sabe se não fosse os meu sonhos. Maluco e se eu não fosse tão estranho. Teria a Carol aqui comigo . Feliz a encantar o meu abrigo. Quem sabe se não fosse nossas contas. As pontas de cigarro em minha mesa. A vida revirada que eu tenho. O cheiro de cigarro em minha roupa. O litro de Natasha ao meu alcance. Eu teria sua boca em minha boca. Ao invés desta caneta no papel.

MEU UNIVERSO

Ela passou tanto tempo escrevendo nas entrelinhas. Passou tanto tempo sozinha ao meu lado. Enquanto eu buscava respostas para o universo, ela me dizia nas entrelinhas. Ela estava sozinha! Eu ali convicto de ser mais do que ela precisava e ela tinha certeza disso. Me tratava como um rei ,honras flores e oferendas. Encomendas pra me agradar amar é só o que ela fazia. Os dias passavam lentos pra mim. Pra ela veloz demais. Até que um dia se cansou. A solidão é como morte. E não adianta ter sorte sem consciência. Clemência é o que peço agora. Já é tarde a paciência se acabou meu reino caiu. No meu céu um buraco negro suga meus versos. No meu SOL o calor já não aquece. No meu peito um coração já não bate. No meu caminho já não tem estrada. No meu jardim já não tem flores. E na minha casa já não tem nada. Enquanto isso o universo conspira. Ela respira e por outro suspira olhando as estrelas e fazendo suas encomendas, honras, flores...

segunda-feira, 15 de março de 2010

ONTEM

Estava tudo perfeito com a Cris. Seus seios no meio meu duro membro. Gostosa a revelia! Sabia meus defeitos. Direito o amor fazia seus olhos diamantes! Um vulcão alucinado um cavalo a galope um tesouro na minha cama, enriquecendo o poeta que uivava como um lobo.

CASSIA L E SEU AMIGO INVISIVEL

Ela vive a ver a lua. Murmura em seu mundo de faz de conta. Ela passeia por entre giletes e vez ou outra varia. Às vezes está preta e branca às vezes está colorida. No céu rojões e trombetas festejam a sua vida. Às vezes acaricia pele delicada igual seda. Às vezes no seu ombro um braço forte a protege. Sinuca é o seu jogo preferido. E gemido é o som de quem a perde! Quando ela acha que fui embora, eu seu amigo louco e desconhecido volto com meus versos absurdos e teorias psicóticas. Seria carência, destino, momento? Eu não saberia nada sobre seu coração de doze quilos, onde me hospedo há tempos e do qual já sou fragmento. Se ela não vivesse a ver a lua. Ou se não murmurasse meus sonhos ao vento.

NATALIA

Queria viver soberano! Sóbrio de felicidade. Viver em total consciência, louco na realidade. Pureza é um resumo de ti. Vulgar talvez seja mais gosto. Aposto todas minhas cartas e as estrelas que hoje brilham no céu. Aposto até minha caneta e esta folha de papel. Que as viagens que faço são a procura de ti. Mas o que fazer se como eu é tão volúvel. Solúvel em qualquer água quente. Que vê a nobreza da vida se perder em tanto aguardente.

PRECE

Ó céu estrelado melado pelo orvalho. Te suplico ser mais que estrela pra te deixar meio azulado. Te suplico não um universo mais só um peito pra habitar. Te suplico que ao mar tu inclua a primeira vogal. Pois assim serei feliz sem muito açúcar e sal.